Saltar para o conteúdo

Joel Zito Araújo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Joel Zito Araújo
Nascimento século XX
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação diretor de cinema, roteirista

Joel Zito Araújo (Nanuque, novembro de 1954) é um cineasta e pesquisador mineiro[1]. É doutor em Ciências da comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e concluiu o pós-doutorado no departamento de rádio, TV e cinema e no departamento de antropologia da Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos.

Dirigiu documentários de curta e média-metragem tematizando o negro na sociedade brasileira, dentre os quais destacam-se São Paulo abraça Mandela (1991), Retrato em preto e branco (1993), Ondas brancas nas pupilas pretas (1995) e A exceção e a regra (1997). Em 1999, finalizou seu primeiro longa para a televisão, o documentário O efêmero estado União de Jeová, sobre Udelino de Matos, um homem que, nos anos 1950, tentou formar um estado camponês com a população de maioria negra no norte do Espírito Santo. Dois anos depois, lançou A negação do Brasil, sobre a trajetória do personagem negro nas novelas brasileiras, com impressionante trabalho de pesquisa que deu origem a um livro homônimo. Foi escolhido melhor filme brasileiro do É Tudo Verdade daquele ano, tendo sido também selecionado pra vários festivais pelo mundo, entre eles o festival de cinema latino de Madri e o festival de documentários do Porto.

Em 2004, finalizou seu primeiro longa-metragem de ficção, As Filhas do Vento[2], que ganhou oito prêmios no Festival de Gramado, entre eles: melhor filme segundo a crítica, melhor diretor, ator e atriz. Na Mostra de Cinema de Tiradentes, foi escolhido melhor filme pelo público e participou ainda de festivais na Índia, na França, na África do Sul, em Burkina Faso e em Camarões. Em 2009, lançou o documentário Cinderelas, lobos e um príncipe encantado.

Em 2013 lançou o documentário "Raça", dividindo a direção com a vencedora do Oscar, Megan Mylan, dentro da temática do negro na sociedade brasileira. Em janeiro de 2019 lançou o seu último filme "Meu Amigo Fela" sobre o músico Fela Kuti no Festival de Roterdã. Atualmente prepara o seu novo longa-metragem de ficção "O Pai da Rita". Em maio de 2022, assina a direção da série documental "PCC: Poder Secreto", exibido na HBO Max.

Atualmente vive entre Brasil e Cabo Verde, com sua esposa São Graça (de nacionalidade cabo-verdiana/portuguesa).

  • 2022 - PCC: Poder Secreto[3]
  • 2022 - O Pai da Rita[4]
  • 2019 - Meu Amigo Fela (My Friend Fela).
  • 2013 - Raça.
  • 2009 - Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado
  • 2004 - As Filhas do Vento[5]
  • 2003 - Vista A Minha Pele (curtametragem)
  • 2000 - A Negação do Brasil
  • 1999 - O Efêmero Estado União de Jeová (tv)
  • 1997 - A Exceção e a Regra (médiametragem)
  • 1995 - Ondas Brancas nas Pupilas Negras (médiametragem)
  • 1994 - Eu, Mulher Negra (médiametragem)
  • 1993 - Retrato em Preto e Branco (médiametragem)
  • 1991 - Almerinda, Uma Mulher de Trinta (médiametragem)
  • 1991 - São Paulo abraça Mandela (médiametragem)
  • 1990 - Alma Negra da Cidade (médiametragem)
  • 1989 - Memórias de Classe (médiametragem)

- Com Memórias de Classe, Prêmio de melhor roteiro – Festival Ford/Anpocs, Rio de Janeiro - 1989.

- Por Almerinda, Uma Mulher de Trinta, Prêmio de melhor documentário sobre memória nacional do Festival Guarnicê de Cinema do Maranhão, 1992.

- Roteiro premiado pelo Concurso Nacional de Documentários do Ministério da Cultura de 1999, por A Negação do Brasil.

- Prêmio Melhor Filme da Competição Brasileira do 6o. Festival Internacional de Documentários – É Tudo Verdade (São Paulo/RJ) – 2001, por A Negação do Brasil.

- Prêmio Melhor Pesquisa do 6o. Festival Internacional de Documentários – É Tudo Verdade (São Paulo/RJ) - 2001, por A Negação do Brasil.

- Prêmio Quanta para o melhor documentário brasileiro - – É Tudo Verdade (São Paulo/RJ) – 2001, por A Negação do Brasil.

- Prêmio “Gilberto Freire de Cinema” no 5o. Festival de Cinema do Recife – 2001, por A Negação do Brasil.

- Prêmio “Melhor Roteiro de Longa Documentário” no 5o. Festival de Cinema do Recife – 2001, por A Negação do Brasil.

- Filhas do Vento foi vencedor de 8 kikitos em 6 categorias no Festival de Cinema de Gramado (agosto/2004)Kikito para o Melhor Filme escolhido pela crítica; Kikito para o Melhor Diretor – Joel Zito Araújo; Kikito para o Melhor Ator – Milton Gonçalves; 02 Kikitos para Melhor Atriz – Ruth de Souza e Lea Garcia; Kikito de Melhor Ator Coadjuvante – Rocco Pitanga; 02 Kikitos de Melhor Atriz Coadjuvante – Taís Araújo e Thalma de Freitas.

- Vencedor do 8ª Mostra de Cinema de Tiradentes, MG – 2005. - Melhor Filme pelo júri popular, por Filhas do Vento.

- Vencedor do Paratycine – 2º. Festival de Cinema de Paraty, RJ – 2005. - Melhor Roteiro, por Filhas do Vento.

- Vencedor do Festival de Cinema de Macapá, 2005. Melhor ator e melhor atriz, por Filhas do Vento.

- Recebeu menção honrosa com o filme Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado no FIC - X Festival Internacional de Cinema de Brasília. Novembro 2008

- Prêmios: Melhor filme e Melhor Diretor de longa-metragem, votação do público, na 9ª edição do Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (Curta-SE 9)com o filme Cinderelas, lobos e um príncipe encantado.

- Prêmios: Melhor Documentário (votação do público) e Menção Honrosa do Júri do VII Mostra Vidas na Tela – Natal. 2009, com o filme Cinderelas, lobos e um príncipe encantado.

- Prêmios: Melhor Longa-metragem e Melhor Documentário do III Bahia Afro Film Festival, Maio/2010., com o filme Cinderelas, lobos e um príncipe encantado.

- Prêmios: Paul Robenson, melhor filme da Diáspora Africana. FESPACO  2019/Burkina Faso, com o filme Meu Amigo Fela.

- Prêmios: Especial do Júri Internacional do Festival É Tudo Verdade 2019do É Tudo Verdade/It’s all True 2019 Brasil, com o filme Meu Amigo Fela.

- Prêmios: de melhor documentário do the 23rd edition of Ecrans Noirs film festival, Camarões. Julho/19, com o filme Meu Amigo Fela.

- Cineasta, escritor, professor, diretor e roteirista de filmes, vídeos educacionais e institucionais, programas e campanhas eleitorais de TV. Criador e diretor dos filmes A Negação do Brasil, Filhas do Vento & Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado.

- Publicou o livro A Negação do Brasil: o negro na telenovela brasileira, pela Editora Senac, e vários artigos sobre a mídia e a questão racial brasileira. Entre eles:

  • 1. Mídia e produções de subjetividade: questões do racismo – In: Mídia e Psicologia: produção de subjetividade e coletividade/Conselho Federal de Psicologia. – Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2009.
  • 2. O Negro na Telenovela Brasileira: Uma Síntese. The Afro-Brazilian mind: contemporary Afro-Brazilian literary and cultural criticism. Pgs 257-270. Africa World Press, Inc. Trenton, NJ. 2007.
  • 3. Le noir dans les feuilletons televises. In: Cinémas d’amérique latine – Revue annuelle de l’Association Rencontres Cinemas d’Amerique Latine de Tolouse-França(ARCAL). - no. 15. pags 17-27. 2007
  • 4. A Força de um desejo: a persistência da branquitude como padrão estético audiovisual. Revista USP, no. 69 – maio/junho/julho 2006.
  • 5. As ameaçadoras bandeiras da negritude. Jornal O Globo, 29/05/2005. Rio de Janeiro.
  • 6. 40 anos de servidão involuntária. Revista Carta Capital, no. 216, 20/11/2002.
  • 7. A Estética do Racismo – In: Mídia e Racismo. Org. Silvia Ramos – Rio de Janeiro, Pallas, 2002. –

- Professor Convidado do Departamento de Radio-TV-Film da University of Texas – Austin (agosto/2001 a junho/2002) e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Anhembi-Morumbi, São Paulo (2000-2001).

- Coordenador pedagógico do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Cinema em Cuiabá (Out/2006 a Out/2008). Universidade de Cuiabá e MISC – Museu de Imagem e do Som de Cuiabá.

- Curador e organizador de várias mostras de Cinema Negro no Brasil. Consultor e parceiro brasileiro do Festival “3 Continents Human Rights” da África do Sul. Co-organizador da Mostra Cinema Raízes Negras Latino-americanas na Caixa Econômica Federal RJ.

- Retrato em Preto e Branco (roteiro e direção) um documentário sobre a mídia e relações raciais no Brasil. Selecionado para vários festivais no exterior, entre eles: 1ère Muestra Europeenne de Videos Latino-Americaines, França / 1993. Chicago Latino Film Festival, 1994 nos EUA. IV Encontro Latino Americano de Vídeo, Peru, nov. 1993.

- A Exceção e a Regra (roteiro e direção) documentário sobre como o sistema jurídico brasileiro acolhe as vítimas de racismo, 1997. Selecionado para o Festival Nacional de Vídeo “Brasilidade”, organizado pela Cinemateca do MAM-RJ e Goethe-Institut - Rio de Janeiro.

- Ondas Brancas nas Pupilas Negras (roteiro, produção e direção). Documentário didático sobre imagem dos negros na mídia, 1995.

- Eu, Mulher Negra (roteiro e direção). Vídeo-documentário educativo sobre saúde da mulher negra para o CEBRAP – 1994.

- São Paulo abraça Mandela (roteiro, produção e direção). Documentário sobre a visita de Nelson Mandela à cidade de São Paulo - 1991.

- Alma Negra da Cidade (roteiro e direção). Documentário sobre a afirmação da comunidade negra no espaço urbano de São Paulo. Realizado para a TV Gazeta, em 1990.

- Vista a minha Pele (roteiro, produção e direção). Realizado para o projeto “Educar para a Igualdade Racial – Experiências de promoção da igualdade racial/étnica no ambiente escolar”. Uma parceira da UNICEF, Ministério da Justiça e a Ong paulista CEERT. 2003.

- Fez roteiro e direção de O Efêmero Estado União de Jeová. Documentário de longa-metragem para Televisão sobre o sonho messiânico de curta duração de Udelino de Matos, que tentou formar um estado camponês com a população de maioria negra do norte do Espírito Santo nos anos 50. Uma co-produção com a TV Gazeta (Rede Globo) do Espírito Santo. 1999. 62 min.

- Filhas do Vento (argumento, produção e direção), longa-metragem de ficção. Um dos seis roteiros premiados pelo Concurso de Longas de Ficção de Baixo-orçamento do Ministério da Cultura. Dez/2001.

A Negação do Brasil

[editar | editar código-fonte]

O documentário faz uma retrospectiva das telenovelas no Brasil, analisando os papéis destinados aos atores negros, concluindo que estes sempre representavam papéis coadjuvantes, estereotipados e submissos. Tendo por ponto de partida sua memória e uma subsequente pesquisa, o filme serve de manifesto para que entendamos que se a identidade etno-cultural do negro foi negativamente moldada por essas telenovelas, elas podem ser alteradas para buscar uma imagem mais benéfica da posição que o negro ocupou, ocupa e ocupará em nossa sociedade.

Fruto de sua tese de doutorado de 1999 na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), lançada em livro no ano seguinte, o diretor analisa a produção telenovélica de 1963 a 1997, com comentários dos atores e atrizes que atuaram nesse período, com relatos profissionais sobre a profissão de ator à época."[6]"

Referências

  1. Marcelo Hessel (1 de abril de 2021). «Joel Zito de Araújo - Enciclopédia Itaú Cultural». Consultado em 25 de outubro de 2016 
  2. «Premiado em Gramado, "Filhas do Vento" aborda questões raciais». Folha de S.Paulo. 16 de setembro de 2005. Consultado em 2 de abril de 2021 
  3. «O que é o PCC? "Poder Secreto", na HBO, explica - Farofafá». Farofafá. 30 de maio de 2022. Consultado em 30 de maio de 2022 
  4. «O Pai da Rita». Globo Filmes. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  5. «Premiado em Gramado, "Filhas do Vento" aborda questões raciais». Folha de S.Paulo. 16 de setembro de 2005. Consultado em 1 de abril de 2021 
  6. Marcelo Hessel (15 de setembro de 2019). «Joel Zito de Araújo - Enciclopédia Itaú Cultural». Consultado em 25 de outubro de 2016